terça-feira, 15 de outubro de 2013

Coleiro Muda De Pena e Bico

A Muda de Pena e Muda de Bico
Acreditamos que uma suplementação com “Concentrados Vitamínicos ” sejam de todo desnecessário pela sobrecarga que ira submeter o fígado do Coleiro, quando este, acreditamos possuir reservas de Glicogênio armazenadas em quantidades suficientes a manter o Tônus necessário a que a Muda se processe sem alterações. 

Faço restrição apenas aos Coleiros que não entraram espontaneamente na muda, por apresentarem deficiências nutricionais indispensaveis a faze-lo.


Muda de Bico

A muda de Bico é o processo pelo qual as aves substituem o revestimento queratinoso do bico, gasto pelo tempo e pelo uso por um revestimento novo. Muitas vezes esta muda ocorre em uma época determinada do ano, conhecida como “Época da Muda” que normalmente coincide com a muda anual da plumagem.
A nova camada cobre uniformemente todo o bico, e segrega a camada gasta por uma nova camada especial de células que surge sob a camada velha como se fosse uma espécie de liquido que ao contato com o ar endurece expulsando a camada residual ao mesmo tempo em que toma o seu lugar como revestimento novo.

Toda a muda de bico completa-se em torno de um a dois meses, e proporciona ao Coleiro uma debilidade alimentar, consequência da perda de parte da eficiência de algumas funções vitais do Bico.

Neste período devemos fornecer aos Coleiros alimentos de consistência branda, buscando facilitar as operações de esmagamento e descascagem das sementes oferecidas. Recomenda-se neste período em que os Coleiros sofrem restrições alimentares, por terem reduzido a eficiência mecânica do seu bico, um regime alimentar rico em proteínas, destinadas a reporem as reservas do organismo, gastas  com a Muda de Penas e Bico.

Costumamos ministrar no bebedouro um complexo vitamínico aliado a uma mistura de sementes a base de Painços com o intuito de minimizar os problemas nutricionais provocados pela Muda em questão.
A Muda de Bico normalmente ocorre conjuntamente com a Muda anual de penas. Entretanto, alguns Coleiros as fazem de forma tão gradual que não chega a ser notada pelo criador, outros Coleiros não seguem esta regra.

Quando a muda de penas ocorre, e as penas caem uma após a outra, em uma sucessão uniforme e regular, sendo que na medida em que caem são substituídas em ordem igualmente regular por penas novas, e a muda é espaçada de forma harmoniosa, os Coleiros conservam a sua capacidade de voar durante este período e apresentam uma muda de bico imperceptível aos olhos do criador, sendo este comportamento muito comum aos Coleiros criados em viveiros.

Comportamento contrario verifica-se nos Coleiros de Gaiola que perderam ao longo do tempo esta capacidade, ficando incapacitados de voar durante a muda combinada de penas e bico exigindo do criador cuidados especiais de manejo.

A camada queratinosa tem vida e esta vida é limitada, quando a camada superficial morre é substituída por uma nova e o seu ciclo de vida é anual.


Muda de Pena

Mesmo sendo muito resistentes, as penas dos pássaros precisam ser substituídas anualmente. Embora, a qualquer momento, se uma pena for arrancada ou vier a cair por qualquer motivo, outra nasça em seu lugar, a época da muda das penas ocorre após a estação de reprodução, no período compreendido entre janeiro e maio, com maior concentração nos meses de fevereiro e março. Na natureza o período de troca da plumagem se arrasta por cerca de quatro meses. Em viveiros ou gaiolões também é mais demorada. Tudo por conta da necessidade de o pássaro manter uma condição ótima de vôo.

Em ambiente doméstico, ocupando gaiolas típicas, não deve levar mais de 8 semanas na troca da plumagem. Há espécimes que completam a muda em 40 dias, mas estes são a exceção e não a regra.
A época da muda varia um pouco de uma região para outra, sendo influenciada pela temperatura, umidade relativa do ar, etc.

Aspectos psicológicos podem influenciar a entrada do pássaro em muda. Um pássaro em meio às fêmeas ou ouvindo e disputando canto com outros machos poderá retardar sua entrada na muda. O pássaro necessita tranqüilidade para uma muda natural.

Devemos evitar prolongar o período de reprodução para não comprometer a muda do plantel. Os filhotes tirados a mais nessa temporada, serão cobrados na produção futura.
Fatores de estresse como mudança de ambiente, viagens, variações bruscas de temperatura, mudanças e desequilíbrios na dieta poderão precipitar a entrada do pássaro na muda.

Forçar a muda não é prática recomendável.

A muda é um processo natural na vida das aves, relacionado a fatores biológicos, ligados aos hormônios produzidos pela tireoide. A fase da muda é mais complexa que a simples substituição das penas, envolvendo processos que não são percebidos como, por exemplo, a reorganização do aparelho reprodutivo.


Fêmeas e Machos

Durante a muda, as fêmeas não produzem óvulos e os machos perdem temporariamente a fertilidade. Daí ser comum ocorrer de um pássaro, próximo de entrar na muda ou terminando-a, galar uma fêmea e não fertilizar os ovos.

Durante a muda os machos esfriam, param de cantar e na maioria das vezes diminuem muito a sua movimentação na gaiola. Na natureza param as disputas territoriais e se juntam aos bandos, machos e fêmeas.

As penas devem cair devagar, naturalmente, de forma a que quase não se perceba sua entrada em muda. Se de um dia para outro a gaiola aparecer forrada de penas ou se partes da pele estiverem expostas, há algo errado.


Muda de Filhotes

Os filhotes nascem quase pelados, cobertos com uma finíssima plumagem. Aos poucos vão aparecendo as penas e quando saem do ninho já estão empenados por inteiro. No terceiro ou quarto mês de vida efetuarão uma muda que chamamos muda de ninho.
O filhote fará uma muda rápida de penas que chamamos MUDA DE PARDO. As mudas de penas anuais ocorrerão então mais ou menos 12 meses à partir desta muda de pardo. Após a muda de pardo, o Coleiro deverá ser colocado na VOADEIRA por 20 dias, para que possa voltar ao seu estado atlético, já que na muda o Coleiro passa por um processo de letargia e após este período levá-lo para passear.

Se não for possível levá-lo passear, deixá-lo dentro do carro por algum tempo ajudará no seu desenvolvimento (não esqueça de deixá-lo à sombra e com boa ventilação). Quanto mais se “mexer”com o Coleiro, mudando-o constantemente de um ambiente para outro, melhor.
Essa muda de pardo não é completa, . As penas das asas e da cauda não são substituídas (rémiges e rectrizes). Mudam somente as penas do peito e da cabeça.


Muda de Adultos

Nos adultos a muda das penas das asas e do rabo é iniciada do centro para as extremidades. Em ambas as asas as quedas são simultâneas. As penas do corpo são renovadas quase simultaneamente e as últimas a serem substituídas são as da cabeça. Dizemos que  enxugou a muda quando não vemos mais nenhum cartucho de penas novas em sua cabeça.

Podem ocorrer características particulares na muda de alguns pássaros, sem que, necessariamente, esteja ocorrendo um problema. No final da primeira muda completa os  machos Coleiros apresentam penas pretas mescladas com penas pardas, sendo chamados pintões. Essa plumagem marca o que seria o período de adolescência . Na próxima muda ficará com a definitiva plumagem negra e será considerado adulto.

A muda de penas é um evento natural na vida dos pássaros, não pode ser tratada como uma enfermidade. No entanto, os pássaros ficam mais debilitados e suscetíveis às doenças nesse período, inspirando mais atenção, especialmente com variações bruscas de temperatura e com correntes de ar.

Temperaturas mais elevadas favorecem uma muda mais rápida. Muitos criadores encapam a gaiola durante a muda, com a intenção de manter o pássaro mais tranqüilo e protegido de variações bruscas de temperatura.

Com a menor circulação de ar pela gaiola encapada, podem surgir problemas sanitários causados pelos vapores emanados dos excrementos do pássaro, notadamente a amônia. Podem ocorrer desde irritações dos olhos e das vias respiratórias até uma intoxicação mais séria. Para contornar o problema, é colocado na bandeja da gaiola carvão vegetal triturado. O carvão vegetal é conhecido pela sua capacidade de absorção e retenção de substâncias químicas. Tanto é que sua presença é comum em muitos filtros. Isso deu início à lenda de que carvão no fundo da gaiola ajuda na muda. Já vimos vários criadores com gaiolas desencapadas e forradas de carvão, para “desencruar a muda”.

Os banhos são permitidos e recomendados, com a precaução de evitar dias e horas mais frios. Duas gotinhas de vinagre de maçã na água do banho ajudam na prevenção de ácaros e conferem um aspecto de limpeza à plumagem. Banhos de sol são excelentes.
Uma dieta equilibrada é garantia de muda bem feita.


Quando um pássaro muda de forma mais lenta

É comum ouvirmos que está com muda francesa. No entanto, não há propriedade nessa afirmação, se o pássaro não estiver acometido por um vírus natural dos mamíferos que se adaptou às aves, mais precisamente um polyomavirus, da família dos papovaviridae, neste caso designado por um avipolyomavirus. Na realidade, a muda francesa se trata de uma variante menos fatal do verdadeiro vírus, designado por Budgerigar Fledgling Disease Virus (BFDV), característico por afetar o crescimento das penas. Pássaros adultos poderão ser portadores assintomáticos dessa virose. É comum que apresentem plumagem irregular e sem brilho, com algumas penas mais curtas ou eriçadas.


Quando a muda não transcorre como o previsto

D evemos buscar as causas do problema. As causas clínicas mais comuns são parasitas de pele, parasitas internos (vermes, protozoários), infecções bacterianas ou fúngicas na pele ou nos folículos das penas, alergias, distúrbios hormonais, desnutrição, aspergilose (infecção respiratória fúngica), doenças internas (doenças hepáticas) e carências nutricionais.

As causas psicológicas ou comportamentais são o estresse, medo, susto, luz no criatório reduzindo as horas de sono, mudança brusca na rotina do pássaro, presença de outros pássaros cantando no recinto ou mistura de machos e fêmeas, principalmente, em diferentes estágios da muda.
Outra prática tradicional de muitos criadores é colocar o pássaro para exercitar-se em gaiolões no final da muda.

E exercícios são benéficos não apenas para os pássaros. No entanto, colocar um pássaro em um gaiolão e depois de um mês devolve-lo à gaiola convencional é uma prática de pouca valia. Equivale a praticarmos esporte durante um mês por ano.

Os pássaros que são condicionados a permanecer em gaiolões, passando para gaiolas convencionais apenas por ocasião de passeios, treinamentos e torneios, apresentam condição física superior em suas apresentações. É impressionante como se mostram alegres com a aproximação da gaiola. Sabem que vão passear.

Concluída a muda é hora de vermifugar o plantel, cortar as unhas que estiverem fora de medida e iniciar os preparativos para a temporada de reprodução e torneios.

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